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8.10.2012

A grandeza dos vencedores e a responsabilidade dos vencidos

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A eleição, no cenário municipal, costuma suscitar fortes passionalidades. Em virtude da proximidade entre as pessoas, polêmicas políticas tendem a derivar para o terreno individual. Não raras vezes, feridas de um pleito acabam se incrustando no ambiente social como conflitos que duram gerações inteiras. Só quem acaba perdendo com isso é a própria comunidade e suas famílias.

Passada a disputa, é chegado o momento de serenar os ânimos, reconhecer equívocos e adotar uma postura de conciliação – papel que cabe especialmente a quem venceu. Os prefeitos eleitos terão dificuldade de governar em uma situação conflituosa e tensa. A eles caberá o primeiro sinal de grandeza. A eleição é ganha com a maior parte do eleitorado, mas o governo é feito para todos. Quem não compreender isso, corre o risco de ter insucesso na gestão pública.

A mesma urna que escolheu a futura administração também deu autoridade à oposição. Quem não teve maioria numérica, precisa valorizar os votos que recebeu e incorporar essa confiança. Não se pode fazer terra arrasada de uma perda eventual. Com equilíbrio, é possível verificar que parcela da população compartilhou suas ideias. Uma oposição inteligente é aquela que recolhe esse apoio, entende os motivos do revés, respeita o resultado e segue adiante.

O prefeito exerce um papel efetivamente executivo na vida da comunidade. Mesmo com as contradições do nosso sistema federativo, que privilegia e concentra recursos na União, a prefeitura preserva um papel de proximidade com as necessidades reais do município. Seja como intermediário na busca de recursos,seja como executor direto de obras e serviços, o governo local age de maneira prática no cotidiano, na vida real. E isso tudo reforça a evidência de que o foco deve estar nos desafios que se desenham pela frente. Nesse contexto, possui igual importância o trabalho da Câmara. O vereador é a maior caixa de ressonância da sociedade. Quem despreza essa função, desconhece nossa organização política.

Mais do que quizilas políticas, agora todos precisam estar unidos em torno do que se pode fazer e construir. E um prefeito tem muito a fazer e a construir, independente da situação do município. Vamos olhar para as nossas cidades exatamente com esse espírito de construção, de avanço, de progresso. Vamos cuidar bem do lugar onde vivemos, respeitando as opiniões divergentes, mas recuperando a amizade nas relações. E vamos tocar obras e realizações como resposta aos anseios da população, especialmente dos que mais precisam. A eleição acabou. Agora, quem pede passagem é a saúde, a segurança, a educação, o trânsito, o desenvolvimento e outras tantas pautas do dia a dia. Um bom governo e um bom futuro a todos!