Panorama

 

28.08.2017

Empréstimos do governo para cobrir parte dos gastos públicos

 

Um terço – 33% – do gasto total do governo é coberto atualmente com dinheiro emprestado, ou seja, com aumento da dívida pública. No início da década, em 2011, esse percentual era de apenas 8%. De lá para cá, aumentou a despesa e caiu a arrecadação de impostos e outras fontes de recursos. Em valores corrigidos, os desembolsos do governo com pessoal, custeio administrativo, programas sociais, investimentos e juros somaram R$ 1,66 trilhão no período de 12 meses encerrados em junho. A receita não financeira (impostos, contribuições sociais, royalties, concessões e outros), porém, ficou pouco abaixo de R$ 1,11 trilhão. A diferença entre os dois montantes, superior a R$ 550 bilhões, teve de ser buscada no mercado financeiro. Os dados mostram o aumento dramático do desequilíbrio orçamentário do governo. Ainda que a economia se recupere e a arrecadação volte a um patamar de R$ 1,2 trilhão, os gastos não financeiros (excluídos juros) já estão próximos de R$ 1,3 trilhão. Hoje, cerca de 14% do gasto não financeiro federal é coberto com dinheiro emprestado. Sem os recursos do mercado, cerca de R$ 180 bilhões em desembolsos dos últimos 12 meses não poderiam ter sido realizados.